domingo, 7 de setembro de 2008

o efeito cascata

Irrita-me profundamente. O nome é utilizado num fenómeno financeiro, mas achei que se aplica como uma luva.

Hoje o noticiário abriu com três notícias de assaltos. Uma delas, extremamente curiosa, relatava um assalto a uma sucata saldado em mil e tal euros. E tem sido assim diariamente.

É curioso que as notícias (não os assaltos) foram despoletadas principalmente por uma situação bastante positiva: A famosa tentativa de assalto ao BES, em que o profissionalismo das forças policiais sobrepôs-se ao amadorismo dos dois brasileiros desesperados.

Se fizéssemos uma retrospectiva às capas do Correio da Manhã dos últimos anos chegávamos naturalmente à conclusão que sempre houve diariamente: assaltos, tiros, homicídios e porrada.

Mas não são só os políticos e ladrões que sofrem com este efeito. As companhias privadas também. O acidente aéreo da Spanair não podia ter sido pior para a imagem da companhia. Nos dias a seguir ficámos a saber todos os problemas que foram acontecendo em viagens da operadora. Estes, estatisticamente normais numa companhia que tem o dobro dos aviões da TAP. Não digam muito alto, mas acontecem muitos problemas técnicos indistintamente da companhia durante os 100.000 voos diários em todo o mundo.

Isto irrita-me!

Pior ainda que o efeito cascata, seria o efeito espiral: as pessoas ficam mais atentas aos problemas nos aviões, tornam os pilotos mais nervosos, ao ficarem mais nervosos fazem mais asneiras, ao fazerem mais asneiras os aviões caiem, e eu vou apanhar avião amanhã.

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