domingo, 9 de março de 2008

a chuva também dá dinheiro

Tinha-vos contado, à cerca de duas semanas atrás, que saía de casa para o aeroporto com água prestes a galgar o degrau entre a varanda e os quartos. O meu querido papá baldou-se ao trabalho e foi rapidamente tentar dar outro rumo à água, antes que acontecesse a tragédia. Azar.. após mais de duas horas no trânsito, quando lá chegou, a água já tinha entrado e ia deslizando calmamente pelo soalho flutuante. Aconselharam-me a pôr os supostos estragos no seguro, que eu nem me lembrava ter.

Na sexta-feira passada ligou-me o perito a perguntar se podia ver a casa. Combinei com ele lá à hora de almoço.

Ia no carro, sem saber o que se iria passar, “será que o homem vai olhar para o chão, e desatar-se a rir?”, ou “provavelmente vai-me pedir para fazer um orçamento, mas será que eu quero e que vale a pena meter-me em obras?”. “olha.. é surpresa.. vou-lhe mostrar a casa e logo vejo o que acontece”.

No passado, só tinha estado com um perito (a avaliar-me o carro), e não gostei dele. Este pareceu-me porreiro, logo à partida. Sotaque nortenho cerrado, veio a Lisboa só para ver casas que tinham ficado inundadas. Mostrei-lhe a varanda, tirou fotos, e quando vimos o interior, olhou para o chão.. “então e o chão, onde estão os estragos?”.. “(ò senhor perito) está a ver aqui.. entre as juntas não está completamente liso.. venha aqui.. se olhar contra luz é que se nota bem”. Para ele se calhar não tanto, mas era mesmo verdade, o meu chão não ficou igual depois da inundação. “Quer pedir orçamento ou quer acordar já o valor? Se assim for fica já arrumado.”. “Ok parece-me melhor”.
O senhor começou a medir o quarto e o escritório, com a maior precisão quanto os passos dele o permitiam. Fez umas contitas “28 m2 a 40€ o m2, mais invernizar o rodapé 5€ o metro.. ora isto dá 1.200€. Está Ok?”. Eu não fazia mesmo ideia do valor.. “Parece-me bem”. “Daqui a uns 5 a 10 dias deve receber o valor na sua conta. Eu, no lugar do senhor, ficava com o dinheiro e não fazia obras, o chão não está assim tão mal”. “Ok.. se piorar depois decido se avanço com as obras”. “Descanse.. não piora”.

No fim, expliquei-lhe o melhor caminho para ir às duas casas que lhe faltavam, e aos pasteis de belém a seguir.

Sem comentários: