chemical sisters

Aqui há dias (ainda antes do natal), quando estive no norte, aproveitei o fim de semana para subir mais uns kms e passá-lo na terrinha. No Sábado, fui jantar a casa da minha querida tia e, quando estávamos a tomar café, ela contou-me este fantástico episódio que se tinha passado há uns tempos atrás.

Nesse dia, estava a aproveitar o facto da mulher a dias estar a limpar a casa, e foi para o quintal entreter-se com as plantas. Por volta da hora do lanche (na aldeia oferece-se sempre o lanchinho à mulher a dias) e, estranhando a senhora ainda não ter dito nada, foi ver como andavam as limpezas.
Encontrou a senhora estendida no sofá, completamente “zonza”, os olhos pareciam duas batatas, e a cara parecia que tinha estado ao lume.
“Mas.. o que é que tem?? O que lhe aconteceu??”
“Ai menina, estou muito mal...”, “carreguei, sem querer, numa latinha que tinha lá no quarto e ia indo desta para melhor...”.
A minha tia nem queria acreditar. “O quê??”.. “Foi cuscuvilhar na bomba??” “Bonito!!”

O que a minha tia chama de bomba, é uma latinha de gaz-pimenta (ou “mace” em inglês), que anda com ela já há muitos anos. Este gaz é utilizado como arma de defesa, mas.. proibida.
Talvez por isso, ou por a lata ser feia, preta, cheia avisos, ou até para não dar nas vistas a um hipotético larápio, colou um papel verde com florinhas vermelhas à volta da latinha. Resultado, tratava-se de um autêntico frasco de perfume (parti-me a rir quando ma mostrou). E, claro está, a senhora não conteve a curiosidade de a ir cheirar.
Coitada.. viu a vida andar para trás e ainda levou um raspanete por mexer onde não devia. A minha tia, ficou a saber que a lata, apesar de ter anos e nunca ter sido utilizada, ainda faz o seu papel.

No dia seguinte, quando gozava com todo este filme, a minha mãe confessou-me que também tinha uma latinha (mas semelhante a uma caneta) de gaz-pimenta na mesa de cabeceira.. “Que lindo!”.. imaginem o que é duas senhoras, com um aspecto tão calminho, a passearem na rua, cada uma com a sua arma química na bolsa. Eu não as conheço!